Na ferida antiga escrevi seu nome, assim como faz o tatuador quando desenha na carne dolorida...E me expus escorrendo palavras que te chamavam sem que você as ouvisse...
Hoje sou eu quem não te ouve, e temo essa ausência em meu coração... Esse vazio de cores violentas que ferem meus olhos e tiram-me o sentido... Escuto o murmúrio do vento que me canta um acalanto enquanto os segundos se escoam docemente no relógio à minha frente.
Sinto-me como se estivesse num vasto parque onde pessoas como eu se balançam ao léu da vida. Existem os que sorriem desse momento e outros que maldizem o movimento...
Estou entre um e outro enquanto permito que palavras continuem escorrendo, se expondo e se escondendo, no mesmo ritmo da balança, que vai e vem sem destino...